Manuel (60): «A qualidade de vida é fundamental»
Sempre que o Manuel ia ao cardiologista, os seus sintomas tinham desaparecido. «Ficava mais frustrado a cada consulta.» O Manuel sofria de um batimento cardíaco rápido e irregular. O seu médico de clínica geral encaminhou-o para o cardiologista. «O cardiologista não conseguia encontrar nenhum problema, porque não tinha nenhum sintoma quando ele fazia o exame de avaliação do ritmo cardíaco – electrocardiograma (ECG). Nessa altura, os sintomas já tinham desaparecido.» O cardiologista pediu que o Manuel o visitasse imediatamente para fazer um ECG na próxima vez que sentisse algum problema no coração. Não tinha de ir primeiro ao seu médico de clínica geral. «Só tive de esperar duas semanas para que acontecesse novamente.»
Informação assustadora na internet
O diagnóstico foi feito quase imediatamente. «Tenho fibrilhação auricular. Fui imediatamente medicado e recebi folhetos com informações para levar para casa.» Naquele momento, o Manuel sabia muito pouco sobre fibrilhação auricular, opções de tratamento e medicação. «Quando temos sintomas ou acabamos de receber um diagnóstico, vamos à internet procurar mais informações. Encontra-se muita informação assustadora.» Por isso, o Manuel tomou nota de todas as perguntas que tinha para o médico. «Gosto de estar bem informado.»
Sabe o que questionar ao seu médico?
Primeiro, foi-lhe prescrito um anticoagulante para o qual tinha de fazer análises ao sangue a cada duas semanas para determinar a dose. «Felizmente, após alguns anos, mudei para um anticoagulante diferente, para o qual não preciso de medir nada.» O Manuel sabe agora muito mais sobre essa anomalia do ritmo cardíaco, mas ainda não está completamente informado sobre os riscos da sua medicação, como os anticoagulantes. «Sei que os anticoagulantes tornam mais difícil parar a hemorragia, mas o que acontece se a hemorragia não parar de todo?»
Hemorragia nasal que não parava
Recentemente, o Manuel teve essa experiência quando sofreu uma hemorragia nasal que não conseguia parar. «O meu filho mais novo levou-me ao hospital.» O Manuel tem na sua carteira uma lista de medicamentos e um cartão de alerta do doente para situações como esta. «Quando saio de casa sem esses documentos, volto atrás para os ir buscar. Acho que é importante que os profissionais de saúde conheçam a minha situação médica se acontecer alguma coisa.»
Tomar as suas próprias decisões sobre o tratamento
O Manuel sofre de um batimento cardíaco irregular quase ininterrupto. O seu médico sugeriu a realização de uma cirurgia para isso. «O meu coração não me incomoda e eu posso envelhecer assim. Porque haveria de ser submetido a uma cirurgia?» O Manuel está satisfeito por o seu médico ter sugerido a opção, mas quer tomar as suas próprias decisões sobre o seu tratamento. «A qualidade de vida é fundamental para mim. De momento, a fibrilhação auricular causa poucos problemas. É por isso que não estou interessado na cirurgia.»
Reconhece esta história ou ainda tem dúvidas sobre a fibrilhação auricular? Entre em contacto com o seu médico.
«O que posso fazer em caso de hemorragia prolongada?»
O maior medo da Joana, esposa do Manuel, era viver na incerteza. «Demorou muito até que o Manuel fosse diagnosticado com fibrilhação auricular. Esta incerteza era muito desagradável.» O Manuel está bem agora. Estabeleceu uma boa relação com o médico e toma medicação, como anticoagulantes. «Sinceramente, não faço ideia do que a medicação faz exatamente e quais são os efeitos secundários.» Consequentemente, a Joana não sabe bem o que tem de fazer se ocorrer uma hemorragia. Por exemplo, quando recentemente o Manuel teve uma hemorragia nasal prolongada. «O que posso fazer em caso de hemorragia prolongada? O meu primeiro pensamento foi não entrar em pânico e ligar para o 112. Felizmente, no caso da hemorragia nasal, o meu filho levou o Manuel ao hospital.»
Sabe quando deve pedir ajuda médica para uma pessoa que toma anticoagulantes?
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