Maria (77): «Não tenho sintomas»
A Maria consultou o médico de família há quinze anos devido a sintomas que não estavam relacionados com o seu coração. Ao medir a tensão arterial, o médico de família notou um ritmo cardíaco irregular. «Encaminhou-me imediatamente para o hospital, onde o cardiologista me fez um electrocardiograma (ECG). Vi os picos e depressões no ecrã; muito assustador.» Foi realizado o diagnóstico de fibrilhação auricular, apesar da Maria não ter sintomas que sugerissem fibrilhação auricular.
Sem noção do que é fibrilhação auricular
Naquele momento, a Maria não fazia ideia do que era a fibrilhação auricular. «Gostava que o médico me tivesse informado melhor sobre o que é fibrilhação auricular, quais os diversos tipos e que tenho de tomar medicamentos todos os dias. Na minha opinião, as informações que me foram transmitidas eram todas demasiado técnicas.»
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A avaliação do nível de anticoagulação do seu próprio sangue foi complexa
Quando um doente utiliza certos tipos de anticoagulantes, é necessário que o nível de anticoagulação do seu sangue seja determinado regularmente. Na consulta de anticoagulação é determinada a dosagem da medicação com base no resultado.
A Maria recebeu formação sobre como avaliar o grau de coagulação do seu sangue. Depois disso, os doentes podem verificar o seu nível de anticoagulação em casa, lancetando ou picando o dedo. A Maria enviava os resultados dos seus testes para a consulta de anticoagulação a cada duas semanas. «É muito complexo. Sempre que tinha de testar o meu sangue e depois enviar o resultado, lembrava-me do meu distúrbio do ritmo cardíaco. Deveria ser possível fazer isto de modo diferente.»
Felizmente, isto era verdade. Ela recebeu outro anticoagulante que não requer monitorização constante. «Confio que a medicação me irá manter ativa. Não quero viver com medo. Não é necessário viver com medo; felizmente, é possível envelhecer com fibrilhação auricular.»
Suspensão do anticoagulante imediatamente antes de uma operação
A Maria foi submetida a duas artroplastias/cirurgias do joelho porque a cartilagem tinha desaparecido completamente. «Durante alguns dias antes da operação, não podia tomar anticoagulantes. Isto para mim foi muito assustador. Imaginava o sangue nas minhas veias a ficar mais espesso. Provavelmente não é nada disso que acontece, mas era assim que o visualizava. Fiquei contente quando tudo acabou.»
15 anos depois do diagnóstico
A Maria ja teve sintomas de fibrilhação auricular . «Às vezes, quando me deito sobre o meu lado esquerdo, sinto que o meu ritmo cardíaco fica irregular e, naturalmente, tenho de tomar os medicamentos para isso. Mas, felizmente, acabo por nunca ter dor.» Ela consulta o cardiologista uma vez por ano para fazer exames. «Ele diz: “Está de novo irregular!” Portanto, o meu ritmo cardíaco continua irregular, mas não sofro com isso.»
Reconhece esta história ou ainda tem dúvidas sobre a fibrilhação auricular? Entre em contacto com o seu médico.
«Estou a esperar demasiado tempo para pedir ajuda médica?»
«É bastante assustador descobrir que a sua mulher tem fibrilhação auricular sem você saber», explica o Pedro. Ele é casado com a Maria, diagnosticada há 15 anos com fibrilhação auricular. «A minha mulher sentia-se saudável e não tinha sintomas. O assistente do médico descobriu por coincidência durante um exame de rotina. Foi uma sorte.» Desde então, a Maria toma um anticoagulante para reduzir o risco de ter um acidente vascular cerebral. Mas também há riscos associados ao tratamento, como hemorragias. O Pedro considera difícil saber exatamente ao que deve estar atento. «É claro que eu tentaria parar imediatamente uma hemorragia. Mas não tenho bem a certeza de quando exatamente devo pedir ajuda médica de verdade.»
Quer saber quando deve pedir ajuda médica para uma pessoa que toma anticoagulantes?